segunda-feira, outubro 10, 2005

UM APARTAMENTO MODERNO.

Tudo aqui começou com as cadeiras da sala de jantar. “Foi amor à primeira vista” diz a proprietária.”Vi e fiquei encantada com elas. Já as conhecia de uma Casa Cor em São Paulo. A cor, o material, o designer. São a minha cara”.
A partir disso Kiti Petersen desenvolveu o projeto. As cadeiras, design de Philippe Starck, em acrílico vermelho e aço, são as estrelas maiores e tudo girou em torno delas. A mesa de aço e vidro, muito simples, de linhas retas, contrasta com a sua sinuosidade e transparência, fazendo a composição perfeita. Toda a sala de jantar é duplicada pelo espelho enorme da parede. “ Um pouco do vermelho, no alto, em vidro pintado, trouxe equilíbrio na cor e levantou a sala. Além do efeito geométrico causado pelo espelho, o vidro, a mesa e a luminária pendente ao centro”-diz a arquiteta.
O apartamento é uma cobertura e tem uma vista especial da cidade. Isso também foi respeitado não se usando cortinas. Para o estar, um sofá de desenho moderno em lezard preto compõe com poltrona do mesmo modelo em seda vermelha. O granito escuro do piso deu um realce para o tapete claro. “O quadro de Sebastião Salgado quebra a unicidade de cores, acrescentando movimento e dinamizando o ambiente” - afirma Kiti Petersen -” Quanto ao mobiliário tudo em linhas retas e sóbrias, nada que dispute as atenções com o modelo côncavo das cadeiras. A idéia è a limpeza de detalhes. Fazer do menos sempre mais. Aliar a sobriedade ao atrevimento.”
Um móvel todo em vidro, desenhado pela arquiteta, serve de aparador e bar. Ainda uma chaise-longue Le Corbusier oferece um cantinho de descanso.
Um projeto para uma família jovem e com hábitos modernos, que gosta de receber amigos com beleza e conforto.

Movéis e Tapete– MS Casa, MS Design
Quadros – Visual Galeria
Luminária- Highligth
Objetos – Specialittá- Atelier da Sandra
Almofadas – Cotidiano – Home Decor.
Aparador em vidro - Oficina Gerôncio.
Arquiteta - Kiti Petersen
Faculdade Arquitetura I.M.L. - Rib.Preto - SP.

Philippe Starck

Nasceu em 1949 em Paris e estudou na Escola Central de Artes Decorativas (École Centrale des Arts Decoratifs).
Com 20 anos, dirigiu um escritório produzindo casas infláveis. Arquiteto e designer, continuou decorando ambientes, criando fachadas e construindo casas com arquitetura moderníssima.
Faz parte do time de designers do renomado Giovanni Alessi desde a década de 80, criando uma infinidade de objetos como o espremedor de frutas cítricas “Juici”- uma de suas mais famosas e polêmicas peças, a escova de dentes “dr. Kiss”, além de rádios inovadores, pratos, penduradores para a cozinha, escorredor de massas, luminárias e tigelas. Tudo muito colorido e com muito humor.
Atualmente mora entre Paris, Nova Iorque e Veneza e viaja pelo mundo para concretizar seus projetos.
Philippe Starck é “ídolo” entre os projetistas de produto e, sem dúvida, um designer que marcou este final de século XX.

O ARQUITETO

Caminho da casa dos seus sonhos

Construir uma casa está longe de ser um bicho de sete cabeças. Ao contrário, pode se transformar em uma tarefa gostosa e até divertida. Como em um jogo, uma viagem, um passeio, a escolha do parceiro é sempre determinante. Ou seja, nessa empreitada vale a pena se aliar a um bom arquiteto. Ele é o profissional do assunto, e você não corre risco de gastar mais que o necessário, ou de acabar morando em uma casa escura e cheia de corredores. Com certeza, o custo de um bom profissional não é nem a metade do dinheiro que você vai jogar fora sem ele, entre acertos e erros.
Tudo começa pela escolha desse profissional. Para encontrar o arquiteto certo fique de olho vivo e observe. Ele está por trás daquela casa que você acha maravilhosa. Bata e pergunte. Converse com as pessoas que passaram por historia semelhante e tem gostos similares aos seus. Um bom profissional é capaz de fazer o que o cliente pedir, mas com certeza , ele fará melhor aquilo que também gosta. Não peça a um arquiteto de projetos arrojados e modernos para fazer casas neoclássicas. Procure um que goste disso.
Quando achar que encontrou a pessoa certa marque uma entrevista. Ela poderá lhe levar para visitar algumas obras suas. Esse é um momento decisivo em que se descobrem as afinidades.. No bate papo que terão pelo caminho é preciso que você se sinta a vontade, e que uma empatia surja entre os dois. Descubra se o que ele gosta de projetar é aquilo que você gosta e quer para sua casa. Lembre-se que ele será o artífice do seu sonho, e para isso ambos precisam aprender a se respeitar quanto aos gostos, necessidades e preferências.
Feita a escolha, decisão tomada, é hora de resolver o terreno. Um bom profissional deve acompanhar o cliente nessa fase também. Os conhecimentos técnicos dele são importantes para você, vale a pena pagar por eles. Ainda não é necessário um contrato, basta acertar o valor da consultoria.
Escute com atenção as hipóteses levantadas por ele. O solo é firme? Fácil de construir? Qual a orientação em relação ao sol? Quanto mais informações você tiver melhor será. Fará com que a compra torne-se mais segura.
É o momento de definir o contrato. Preto no branco é um bom negócio para ambas as partes. Um contrato tem sempre que ser muito claro para evitar surpresas desagradáveis. Devem constar ali todos os serviços acordados, como número de projetos necessários para o andamento da obra, prazos de entrega, quem é responsável por quê, valor da remuneração e prazos de pagamento. No caso do profissional for também fazer o gerenciamento da construção, estabeleça qual das partes será responsável pela parte burocrática, aprovações em órgãos públicos e despesas com taxas e emolumentos.
Negociação finalizada, contrato assinado é o momento da confissão, não omita nada. Arquiteto não tem bola de cristal e precisa conhecer detalhadamente os hábitos da família, seus gostos e desgostos. Gosta de receber amigos? Alguém tem um hobby especial? Uma área de lazer é importante?
Feito isso o arquiteto cria um anteprojeto que facilite a visualização da idéia., especificando o tamanho dos ambientes, perspectivas de fachadas e até maquetes ( se previstas em contrato). Daí em diante cada um tem o seu método, mas de uma forma geral, todos seguem uma determinada rotina. Nos projetos complementares o arquiteto esquematiza as estruturas, fundações, e instalações hidráulica, elétrica, ar condicionado central, etc. Para essa tarefa existem os engenheiros especialistas. O arquiteto pode indicar os profissionais e você entra em contato com a equipe, ou ele mesmo se encarrega de resolver tudo isso. Isso deve ser esclarecido no contrato.
Agora é a fase projeto legal para aprovação na Prefeitura. Documentos aprovados parte-se para o projeto executivo e detalhamentos, que lhe serão entregues, juntamente com memorial descritivo e planilhas.
Pronto! Agora o caminho está traçado. Mãos à obra.
Vera do Val Groberosebud.rose.bud@uol.com.br - www.rosebud.rose.bud.zip.net
Edição 1 de outubro de 2005 - Correio Amazonense.

MÁRMORE OU GRANITO ?


Desde o tempo dos gregos e da Roma clássica que, em áreas residenciais, o mármore é sempre o piso mais sofisticado. Sua suntuosidade e tonalidades suaves, são sempre o requinte maior em qualquer ambiente. O granito, também imponente, mas de nobreza menor, é mais indicado para áreas de tráfego alto, prédios comerciais de luxo, grandes bancos, recepção de hotéis etc. De uns tempos para cá, talvez pelo seu menor custo, o granito tomou conta das casas e apartamentos, saindo das cozinhas e banheiros e indo, majestosamente, para salas e espaços mais nobres.
A duração dos granitos é quase a mesma para os vários tipo e sempre maior que a dos mármores, mais frágil e delicado.. O que vai interferir é a manutenção. Granitos escuros tem resistência maior ao alto tráfego, mas em compensação, neles, a perda de brilho e o desgaste ficam mais aparentes. No caso dos mármores, as variedades com alto teor de dolomita, como o Branco Espírito Santo são sempre mais resistentes que as compostas por calcita( caso da maioria dos importados) Sempre ouço uma afirmação que me faz pensar: “prefiro o granito pela sua longa duração.” Então eu me pergunto: Porque quero um piso que dure mais de duzentos anos se eu não duro nem cem?
O que garante a beleza deles é a boa manutenção. Tanto para mármores como para o granito não se pode usar produtos agressivos, como água sanitária, cloro, ácido muriático e amoníaco. Eles podem manchar, perder o brilho e até corroer as pedras. Na obra os removedores químicos sâo proibidos, granitos podem ser limpos com palha de aço muito fina e mármores com espátulas e vassoura de pelo. No dia a dia prefira pano úmido ou detergente neutro incolor.
O preço de ambas as pedras depende da origem, cor, porosidade, frequencia na natureza e outros fatores. Você não deve nunca esquecer que, tanto o granito como o mármore, são obras da natureza, e em sendo assim, a procedência deles tem singular importância. É muito comum encontrarmos pedras que, à olhos leigos, parecem absolutamente iguais e com preços completamente diferentes. Isso nos leva, precipitadamente, a concluir que se trata de má fé ou delírio do fornecedor. Na grande maioria das vezes não é. Pedras similares e de origens diferentes tem qualidades e valores diferentes. Em uma mesma rocha as partes mais superficiais são sempre de dureza inferior. Terão também preço inferior. Vão ser mais frágeis que as de natureza mais profunda. Portanto a diferença de preço que temos no mercado para granitos e mármores, similares, depende exatamente da qualidade deles. Aquela aparente pechincha pode ser, na verdade, gato por lebre.
Compre sua pedra em marmorarias confiáveis e que lhe dêem garantia. E que também possam lhe oferecer acabamentos de qualidade. Não adianta nada uma sala toda maravilhosa, com um granito de segunda linha, sem brilho e mal acabado. Ou uma bancada muito chique de banheiro com bordas mal polidas e grosseiras. Muito importante também é adquirir sua pedra onde possam lhe oferecer todo o complemento dela. Rodapés, soleiras, bancadas sobre medida. Para isso evite trazer o material de fora. Adquira seu produto aqui. Por melhor que seja, o fornecedor distante jamais fará suas peças sob medida com a justeza necessária, ou oferecerá as garantias exigidas por um investimento tão alto.

O que são mármores e granitos
Rochas são agregados de um ou mais tipos de minerais. O tamanho e a disposição deles (aspecto) dependem de sua formação
O termo rochas ornamentais é um nome comercial para designar as rochas passíveis de polimento, sendo assim, granitos são todas as rochas não carbonáticas e mármores são as carbonáticas. Os outros materiais como: ardósia, pedra mineira e pedra miracema são conhecidos simplesmente por pedras.
Os mármores são rochas metamórficas constituídas principalmente por minerais de calcita. Já os granitos são rochas ígneas constituídas principalmente por minerais de quartzo, feldspato e mica.
Os minerais de calcita são facilmente atacados por soluções ácidas, além de serem mais frágeis e de dureza menor do que os minerais constituintes dos granitos. O quartzo e o feldspato são aproximadamente duas vezes mais "duro" (resistência relativa ao risco) do que a calcita.

Como se formam e como ocorrem na natureza

Aprenda a distinguir mármores de granitos O método mais simples é riscando a superfície lisa da rocha com metal: o mármore é riscado e o granito não. Este fato se dá em função da dureza relativa dos minerais constituintes das rochas.
Os mármores são constituídos principalmente por calcita ( mineral de dureza 3 - escala de Friedrich Mohs), portanto pode ser riscado por metal.
Os granitos são constituídos principalmente por feldspato e quartzo ( minerais de dureza 6 e 7, respectivamente), e não podem ser riscados pelo metal, mas riscam o vidro e são riscados por outro mineral de dureza superior.
Os travertinos são rochas calcárias de sedimentações químicas, formadas pela combinação de bióxido de carbono com carbonato de cálcio em solução.

Tipos de acabamento

São responsáveis pela textura final do material, seja mármore ou granito feitos
em diferentes processos. Para escolher, leve em conta não só o aspecto da peça, mas sim, verifique a indicação do fornecedor para o seu uso.
Polido - Liso e brilhante, feito a partir de lustração tanto em mármores como granitos. É escorregadio em contato com a água.
Bruto - Sem nenhum tipo de acabamento, se apresenta com as características naturais. É serrado nas dimensões e espessuras usuais ou sob encomenda.
Flamejado - Feito a base de fogo, dá um aspecto rugoso e ondulado. É indicado somente para granitos com espessura igual ou superior a 2,0 cm. Por isso, é indicado para áreas externas devido à propriedades antiderrapantes.
Apicoado - Feito a partir de impactos, dá um aspecto poroso e uniforme às pedras. É indicado somente para granitos com espessura igual ou superior a 2,0 cm e para áreas externas devido à propriedades antiderrapantes.
Jateado - É feito a partir de jatos de areia, que dão aspecto opaco às pedras. Usado tanto em mármores e granitos e indicado para áreas externas.
Levigado - Usado tanto em mármores como em granitos, trata-se de um acabamento semi-polido, adequado a áreas internas e externas.

Vera do Val Groberosebud.rose.bud@uol.com.br - http://www.rosebud.rose.bud.zip.net/
Edição 24 de setembro de 2005 - Correio Amazonense.