sábado, dezembro 10, 2005

O REJUNTAMENTO PERFEITO

De nada adianta você gastar uma fortuna comprando um piso, ou um revestimento maravilhoso para sua casa nova se não ficar atento à qualidade e uso correto do rejuntamento. A escolha deve ser feita sempre a partir do local onde ele será usado. Áreas molhadas, como cozinhas, banheiros, lavanderias e piscinas devem ter rejuntes impermeáveis, para que o liquido não se infiltre por baixo da cerâmica, e antifúngico, para evitar o aparecimento de bolor. Nestes casos ele vai auxiliar e completar a impermeabilização. Em fachadas e áreas que ficam expostas ao tempo, alem das duas especificações acima, acrescente a flexibilidade, para que suporte os movimentos da peça assentada quando de sua dilatação (causada pelas mudanças bruscas de temperatura). Em Manaus as chuvas costumam vir de altas camadas atmosféricas sempre muito frias. O encontro com as paredes estorricando ao sol tem que ser considerado. Se for usar opções coloridas a qualidade e garantia são mais importantes ainda. Certifique-se que tenha aditivos fixadores que prolongarão a durabilidade da cor por mais de dez vezes.
Qualquer pedreiro sabe que a argamassa de assentamento do piso ou revestimento deve estar completamente seca para que se possa rejuntá-lo. Um mínimo de 48 a 72 horas é o prazo necessário de intervalo entre as duas operações, de acordo com a marca do produto. Observe isso. O grande segredo no preparo da massa é a quantidade de água. Siga religiosamente as instruções do fabricante. Disso depende a qualidade final do trabalho. Ela deve ter uma consistência homogênea e levemente densa. Nunca com jeito de uma pasta líquida, pois perde a resistência. Quanto à limpeza é um caso à parte. Preste muita atenção porque é uma fase decisiva e deve ser muito bem feita e com delicadeza. Uma esponja limpa e um pano levemente úmido. Os excessos devem ser retirados antes da secagem evitando riscar a cerâmica. Nesse momento é importante que se verifique se não ficaram espaços vazios, e que o rejunte esteja perfeitamente nivelado.
Existem rejuntes diversos para atender a enorme variedade de pisos e revestimentos. Houve uma época em que trabalhar com cores era moda. Isso fez com que espaços pequenos, rejuntados coloridos, dessem a sensação de menores ainda. E o que é pior, gradeados. Atente para isso. O ideal é que rejuntes acompanhem, se necessário, a cor da cerâmica. Pisos e azulejos em geral, pedem um rejuntamento convencional, facilmente encontrado nas lojas de material de construção. Mas se o caso for de porcelanatos deverão ser usados produtos feitos de resinas poliméricas, também disponíveis em várias tonalidades. O epóxi textural é perfeito. As pastilhas de vidro ou cerâmica pedem produtos que exerçam as funções de assentar e rejuntar simultaneamente.. São os arga-rejuntes. No caso das pastilhas de vidro ou resina cuidado com a cor. Lembre-se que elas não são opacas e que mudarão de tonalidade conforme o arga-rejunte escolhido. Pastilhas brancas apresentarão um resultado encardido quando assentadas com outra cor que não seja o branco.
Cuidados especiais são exigidos pelas cerâmicas rústicas. Elas podem absorver a cor do rejunte e manchar. Nas muito porosas pode-se aplicar óleo diesel ou cera incolor antes do rejuntamento. Dessa forma vai impedir que o pigmento penetre nos poros e cause manchas. Em casos menos drásticos proteja as peças com fita adesiva, principalmente se o rejunte for colorido. Use esse truque também em cerâmicas com aplicações em ouro ou prata, e nas que tiverem cor diferente do rejuntamento (como azulejo branco e rejunte vermelho). Isso evitará que manchem. Nessas situações use pano e esponja seca para a limpeza, caso contrário a umidade pode molhar o pigmento do rejunte e espalhá-lo sobre as peças.
Os fabricantes aconselham, em caso de rejuntamento velho, que se corrija falhas e imperfeições aplicando nova camada na mesma cor. Mas isso dificilmente apresenta um bom resultado. Existe a possibilidade de se trocar o rejunte de sua cerâmica, embora seja quase impossível se fazer isso sem danificá-la. É preciso um pedreiro muito habilidoso. Antes de qualquer coisa use uma solução bem diluída de ácido muriático para tentar recuperá-lo. O problema é que ele vai voltar a encardir logo. Se a saída for mesmo trocar, seu pedreiro deve, munido de óculos de proteção e luvas, aplicar o ácido diluído com uma escova rígida de naylon. Depois de amolecido ele pode ser retirado com uma espátula metálica. È preciso força para remover a massa mas um cuidado infinito para não danificar a cerâmica. Depois de limpo não esqueça de molhar os vãos no momento da aplicação do novo rejunte. Se não fizer isso o revestimento absorve rapidamente toda a água do cimento que, perdendo a resistência, acaba por esfarelar.
Mas tudo isso não funciona se o profissional escolhido não for capacitado. Às vezes o barato sai caro. Pessoas sem qualificação têm um preço melhor, mas você pode ficar decepcionado. E ver aquela cerâmica caríssima e especial com jeito de produto comum e mal feito. Acabamentos de uma obra vão dar a cara dela. Devem ser feitos por quem entende da coisa.